sábado, 15 de dezembro de 2007

Pequeno Manifesto


Defendo que as actividades humanas devam conduzir à regeneração da Biosfera.

Defendo que para isso tem de ser feita uma profunda viragem da nossa existência quotidiana.

Acho monstruoso que consigamos olhar a biodiversidade apenas como um bem utilitário.

Não basta não destruir; é necessário colocar a Ciência e a Tecnologia ao serviço de uma nova mentalidade, uma mentalidade que inclua o desejo de regenerar o que foi destruído em termos de património biogenético, e que essa mentalidade se viva no quotidiano, nas cidades, nos campos.

Hoje soube que a Humanidade passa 90% do seu dia-a-dia fechada em cubículos, no trabalho, em casa, em lazer. Começa por aqui o verdadeiro problema: a nossa vivência da realidade é cada vez mais artificial, ao ponto de aquilo que foi a nossa origem biológica se tornar uma espécie de luxo, como seja o acto de passear no campo, ou o acto de se estender ao Sol.

Uma verdadeira exigência política seria criar medidas para permitir às pessoas terem modos de vida mais naturais. Passarem mais tempo ao ar livre. Que isso fosse possível quando trabalham, divertem... E que o ar livre fosse um encontro com uma natureza rica, pujante, original, autêntica. Para que a natureza não passe apenas de um "recurso", de uma memória do passado, de um tónico, mas sim algo a que o prazer de viver está indissociavelmente ligado.

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