terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vale a pena

Para aqueles que se interessam pelo estado da biodiversidade vale a pena ver este site com o levantamento mundial feito pela ONU.

http://www.millenniumassessment.org/en/index.aspx

Biodiversidade e Agricultura

Science News Share Blog Cite Print Email BookmarkIs Biodiversity The Future Of Farming?

ScienceDaily (Feb. 19, 2007) — Industrial agriculture faces painful challenges: the end of cheap energy, depleted water resources, impaired ecosystem services, and unstable climates. Scientists searching for alternatives to the highly specialized, energy intensive industrial system might profitably look to the biological synergies inherent in multi-species systems, according to an article in the March-April 2007 issue of Agronomy Journal.

The paper's author, Fred Kirschenmann, Distinguished Fellow for Leopold Center for Sustainable Agriculture, Iowa State University, states that industrial agriculture assumes:

- Production efficiency can be best achieved through specialization, simplification and concentration;
- Therapeutic intervention is the most effective way to control undesirable events
Technological innovation will always be able to overcome production challenges
Control management is the most effective way to achieve production results
Cheap energy will always be available.

As we enter the 21st century most, if not all, of these assumptions must be questioned. The degraded condition of ecosystem services was detailed in the UN "Millennium Ecosystem Assessment Synthesis Report" (2005). The report also anticipates that during the next 50 years demand for food crops will grow by 70 to 85% and demand for water by between 30 and 85%.

Volatile weather conditions predicted to be part of emerging climate change will make it difficult to sustain highly specialized cropping systems which require relatively stable climates. To keep agriculture productive, farmers likely will need to adjust quickly. If we can design farming systems that are less energy intensive, more resilient in the face of unstable climates, and that begin to out-produce monocultures by virtue of their multi-species output, the economic advantages of such complex farming operations might be an incentive to change.

A few farmers already operate successful, complex farming systems based on biological synergies and adaptive management. One is Takao Furuno's duck/fish/rice/fruit farm in Japan. He produces duck meat, duck eggs, fish meat, fruit, and rice without any purchased outside inputs, using a highly synergistic system of production on the same acreage where he previously only produced rice. And, in this new system, his rice yields have increased up to 50% over previous yields from an energy-intensive rice monoculture. Joel Salatin, of Polyface Farms near Swoope, VA, has developed a rotational grazing production system featuring pastures containing at least 40 varieties of plants and numerous animal species. Salatin's farm uses little fossil fuel, yet the farm is highly productive. The 57-hectare farm annually produces 30,000 dozen eggs, 10,000 to 12,000 broilers, 100 beef animals, 250 hogs, 800 turkeys, and 600 rabbits.

A study by George Boody and colleagues has calculated, on a watershed basis, that diverse, synergistic farms can be profitable and simultaneously benefit the environment. They showed that when farms are converted from corn/soybean monocultures to more diverse operations, net farm income can increase by as much as 108% while generating significant environmental and social benefits. Principles that might guide postmodern farms are almost diametrically opposed to those supporting industrial agriculture. They may need to:

Be energy conserving
Feature both biological and genetic diversity
Be largely self-regulating and self-renewing
Be knowledge intensive
Operate on biological synergies
Employ adaptive management
Feature ecological restoration rather than choosing between extraction and preservation
Achieve optimum productivity by featuring nutrient-density, and multi-product synergistic production on limited acreage

domingo, 17 de maio de 2009

primeira evacuação - aquecimento global

Primeira evacuação de uma ilha devido ao aquecimento global
16.05.2009
PÚBLICO

A primeira deslocação de toda a população de uma ilha devido ao aquecimento global (provocado pelo homem) começou nas ilhas Carteret, na Papua Nova Guiné, onde a subida das águas ameaça o local, cujo ponto mais alto está a apenas 170 centímetros acima do nível do mar.

Nas pequenas ilhas do Pacífico, que têm o nome do navegador britânico que as descobriu em 1767 (Philip Carteret), vivem cerca de 2600 pessoas.

As primeiras cinco famílias já se mudaram para Bougainville, a ilha maior perto a cerca de 80 quilómetros das ilhas Carteret, perto da costa da Papua Nova Guiné, segundo o blogger que escreve para o site Ecologist, Dan Box.

A vida nas ilhas Carteret vem a ficar cada vez mais difícil nos últimos anos: as águas do mar vêm e limpam as ilhas dos frutos e vegetais cultivados, destruindo a sua capacidade de subsistência.

Ironicamente, dizia recentemente um artigo do diário britânico "Daily Mail" a propósito da iminente saída de pessoas da ilha, o povo das Ilhas Carteret, entre a água cristalina do Pacífico, vivam de um modo em que produziriam talvez a menor quantidade de emissões de carbono do mundo – mas foram os primeiros a sofrer de forma tão drástica os seus efeitos. Nas ilhas não há carros, não há electricidade, não há televisão, não há telefones. O contacto com o mundo exterior é a vinda de um navio que traz comida enlatada e arroz de Bougainville.

O jornal britânico "The Guardian" sublinha que estas não são “os primeiros refugiados das alterações climáticas”, lembrando que houve já pessoas deslocadas por alterações climáticas desde há milénios, quer naturais, como cheias, quer provocadas pelo homem, como problemas criados por cultivos por exemplo no norte de África. Mas será a primeira deslocação de todo um povo como resultado do actual aquecimento global.

As cinco famílias que se mudaram agora, ou as 2600 pessoas que deverão mudar de casa nos próximos tempos, não são ainda números muito impressionantes. Mas, escreve o "Guardian", este poderá ser o início de uma saída em massa de pessoas de cidades costeiras e regiões a baixa altitude. “O desastre começou, mas até agora ninguém notou”, escrevia o diário.

sábado, 9 de maio de 2009

Ordem q.b, sff...(Paúl da Marmeleira)


A fotografia em baixo mostra uma paisagem visível num percurso que costumo fazer em família, percurso de que nunca nos enjoamos, onde até, sempre que lá estamos, se afirma em nós uma intensa vontade de ali viver e de construir uma casa com vista para um magnífico jardim de autor nenhum.



E esta frase contém duas ideias cruciais: a casa e a ausência de autor. Dito de outras formas: a ordem (humana) e o caos (da natureza), a certeza desejada no meio da incerteza (bela mas perigosa). O finito e o infinito. A bela e familiar praia, o horizonte marítimo sem nome ou forma.

Para onde quer que vá, reparo que em mim nasce sempre uma atenção especial no que não é da ordem humana, como se em mim pulsasse um instinto que procura a riqueza que não se pode encontrar no seio da humanidade.

Aqui esse instinto satisfaz-se e lamenta que não possa aqui estar para sempre. Aqui o rasto humano dilui-se em múltiplas manifestações de pequenos ecossistemas rebeldes; não se desenha a brutal engenharia agrícola das grandes culturas geométricas, e as poucas (pequenas) que há, ladeiam em diálogo de ângulos rectos e linhas irregulares.

Apetece ver a toda a hora; cada olhar descobre um novo arbusto, uma nova combinação de copas de verdes diferentes, ali uma pequena mata impenetrável lado a lado com o olival e a vinha esquecidas. As canas que ladeiam os rios sinalizam a frescura do rio que corre a descoberto nos intervalos dos frondosos freixos.



É um sítio onde pode medrar a ilusão de não haver mais gente, a não ser outros, poucos, passantes como nós, onde nada humano se fixe e estrague aquilo que parece irromper a todo o instante- a natureza. Não é preciso muito pensar para admitir que de natureza pouco há aqui, há os átomos, as espécies, os elementos, digamos. A ordem que se estabelece tem a nossa régua e esquadro em todo o lado. Mas isto é como se fosse um zoo não confinado, um zoo ou jardim botânico sem muros, de beleza, animais, plantas, uma maravilhosa obra de generosidade, tolerância, respeito, admiração pelo que 4000 milhões de anos de evolução produziram. Como se alguém dissesse "sou humano, frágil, temeroso, em busca permanente de mais de tudo, e preciso também deste lugar para daqui tirar meu sustento, minha alegria de viver, mas sem isto, sem este vigor que brota da Terra e dos seus insondáveis mistérios, sem esta revelação permanente dos herdeiros das primeiras bactérias da sopa primitiva, sem vós, cores, cheiros, texturas, sombras do Tempo que aflora, não me sinto nada e chego a intoxicar com a trapalhada tecnológica com que encho o Mundo e arredores."


Todas estas criaturas são contemporâneas dos nossos pulmões e demais órgãos, talvez por isso precisemos deles para, senão respirar, sentir plenamente que respiramos, mesmo que se limitem, aparentemente, a cumprir seu destino meramente biológico, enquanto nós, filhos de deuses e provetas diversas, caminhemos para um sublime píncaro de conquista e glória- aliás, como sempre.

É um acaso este sítio existir. O Homem tolera apenas a Sua Beleza, a que cria em função, principalmente, de uma lógica visando um lucro qualquer, monetário ou anímico. Deixar existir e deslumbrar-se é cada vez mais raro, um luxo, dir-se-ia, com tanta boca para alimentar pensar em deixar bichos e mato medrar, que beleza há nisso?, uma beleza não prioritária, pelo menos prioritária não é, sendo que, por exemplo, a indústria de bulldozers e outros terraplanadores são muito mais belos e prioritários e, acima de tudo, necessários.

Este sítio existe porque pouco interesse se depositou aqui. Mas de certeza que alguém já congemina qualquer coisa, qualquer coisa que "valorize", "acrescente valor", "rentabilize", qualquer coisa que traga progresso e desenvolvimento a uma zona "deprimida". Quem sabe até um turismo rural, e se venda mais um bocadino de paraíso na Terra na forma de condomínio murado e hermético (a bactérias, vírus, ladrões e, se possível, pedintes) - e isto a propósito do desejo de ter aqui uma casa, que é meu em parte, mas de que facilmente abdico se comigo fizerem um pacto, o de que mais ninguém nem nada aqui deposita um tijolo.



















































sábado, 2 de maio de 2009

Requiem por um medronheiro


O meu amigo Ricardo Furtado tinha um medronheiro na sua magnífica propriedade de Vale de Lobos, enquadrado por um mosaico diverso de mato, bosque mediterrânico, pastos e terras lavradias. O meu amigo levava sempre os visitantes a ver o fantástico medronheiro, uma verdadeira raridade, pelo porte, idade, pelo orgulho de se achar protector e guardião de semelhante tesouro, espécie de totem de uma família natural mais alargada.




O medronheiro já não existe. Em nome da prevenção dos incêndios, foi cilindrado por uma máquina que "limpava" o "mato" inútil, como se sabe, o mato é sempre inútil, assim como tudo o que vive lá dentro, como sejam os medronheiros, o mato basicamente provoca incêncios e era bom é que não houvesse mato nenhum e, por exemplo, as florestas fossem limpinhas , apenas com árvores e terra à vista, e se até fosse possível, cimentar tudo e deixar apenas uns buraquinhos para os troncos sairem, o mato é bom para criar coelhos para caçar, mas também se criam lá as raposas e outro bichos inúteis como as cobras, o mato já nem dá para lenha porque ninguém está para isso,


por isso é bom arrasar o mato, tenho uma buldozzer e sou anti-mato, o mato que enche o mundo de combustível perigoso, por isso levo isto tudo à frente, incluíndo um medronheiro que teme em resistir ao meu engenho viril, fazer-me recuar, andar para a frente e para trás, raios o partam, anda lá monte serradura mal cheirosa! raios ta partam, p.q.p!, anda!anda!...já está! p.q.p o medronheiro, raios o tivessem partido, mas se caisse um raio neste mato ainda provocava algum incêndio...
ao fim do dia ganhei o meu e limpei o futuro desta gente das labaredas sequiosas da riqueza alheia...o dono desta propriedade vai ficar satisfeito! O senhor presidente da junta também vai receber muitos elogios e ogoverno vai ficar contente com esta limpeza toda. É pena é isto tudo não levar aqui uns eucaliptos...Ah se fosse eu...




terça-feira, 28 de abril de 2009

área de cultivo de ab em Portugal


Área de cultivo de produtos biológicos aumentou 9,4 por cento em 200827.04.2009Lusa
A área de cultivo de produtos biológicos em Portugal cresceu 9,4 por cento em 2008 e os portugueses consumem cada vez mais produtos sem químicos, valorizando, apesar da crise económica, a qualidade dos alimentos.
Os dados são do Serviço Internacional para a Aquisição de Biotecnologia Agrícola e, já em 2007, Portugal estava entre os dez maiores produtores mundiais de alguns alimentos biológicos devido ao aumento de terra orgânica cultivável.Consumidores questionados nos mercados biológicos de Oeiras e do Príncipe Real, em Lisboa, admitem que os produtos cultivados sem recurso a pesticidas são "mais caros" do que os alimentos produzidos "convencionalmente" e que, mesmo em tempo de crise, a diferença de preços é compensada pela qualidade acrescida dos alimentos.Regina Frank, artista alemã a viver em Portugal há três anos, refere que em Portugal a opção pelos produtos biológicos pode significar uma despesa de mais 20 por cento, mas garante que "mesmo assim compensa, porque os produtos têm um sabor melhor, há mais qualidade de vida e um consumo mais consciente". Ana Paula Moreira, produtora e vendedora de pão biológico no mercado do Príncipe Real, considera que "as pessoas, quando consomem um produto de qualidade, não se importam de cortar na quantidade".Cada vez mais baratosConsumidor destes produtos há mais de cinco anos, João Feliz considera que "há a tendência para que os produtos biológicos sejam cada vez mais baratos", remetendo para os governos a responsabilidade de apoiar a agricultura biológica "pelas várias vantagens que tem". Para João Feliz, a crise pode estimular a produção de alimentos biológicos, uma vez que a estrutura económica terá de ser "reformulada", sendo "a agricultura biológica, com certeza, um dos componentes de uma sociedade sustentada".O agricultor da região do Oeste João Oliveira, por seu lado, ainda não notou que a crise tenha chegado aos seus clientes, admitindo que a maioria dos consumidores tem um poder de compra elevado. "Há dois tipos de clientes: o que se abastece para toda a semana, porque sente que lhe faz bem e porque tem poder económico para o fazer; e aquele que, não tendo essa possibilidade, faz uma selecção e escolhe apenas certo tipo de produtos", explicou.Entre 2001 e 2007, o cultivo dos chamados produtos biológicos vegetais em Portugal aumentou cerca de 70 por cento, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Gabinete de Planeamento e Política do Ministério da Agricultura, uma tendência que a Europa acompanhou.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

é a vida!